Desde a posse de seu cargo, o atual Presidente vem liberando diversas críticas à ANCINE, ameaçando também extinguir o órgão. Mas, segundo ele, se houver uma moderação no critério de seleção das produções artísticas, a Agência pode até continuar funcionando. Dentre as críticas do magistrado, está o filme Afronte, que posteriormente seria título para uma série dos mesmos produtores. A temática do filme envolve as questões LGBTQIA+ de jovens do Distrito Federal; soma-se a isso a realidade dos mesmos enquanto negros. “Olha, a vida particular de quem quer que seja, ninguém tem nada a ver com isso” – afirma Jair Bolsonaro. As declarações do presidente são totalmente divergentes dos princípios da ANCINE. O que JB propõe é que exista um filtro cultural, que seja evidentemente relacionado aos seus ideais e valores particulares. Por isso, torna-se inválido o apoio a esse tipo de iniciativa, que retira a autonomia criativa dos artistas e consequentemente priva os indivíduos de olhar para além de suas bolhas sociais.

A RIQUEZA DO CINEMA NACIONAL

Para finalizar, enaltecendo o poderio de crítica do cinema nacional e suas representações de múltiplas realidades, fica abaixo dois filmes imensuravelmente marcantes:
 NISE, O CORAÇÃO DA LOUCURA - O filme narra a história da psiquiatra Nise da Silveira e os seus pacientes; através do amor pelo trabalho e da utilização da arte nele, Nise deixou seu legado na luta antimanicomial. A narrativa é feita de forma singular e introduz o telespectador em outra realidade.
QUE HORAS ELA VOLTA? - O filme protagonizado por Regina Casé traz em seu núcleo a desigualdade no Brasil, tratada com muita virtuosidade nas cenas. A personagem Jéssica assemelha-se com a realidade de muitos brasileiros e o modo que ela reage aos fatos é inenarrável. Jéssica é forte e incrível.