Jovens mortos e chargistas censurados

outubro 21, 2020

Violência policial em Paraisópolis foi o assunto de charges interrogadas pela polícia

Após críticas à violência policial, chargistas e cartunistas brasileiros foram questionados pela Defenda PM. O episódio foi resultado da ação policial em Paraisópolis, que deixou 9 mortos e 12 feridos durante um baile funk na região. Os artistas interrogados colocaram em xeque a postura dos agentes de segurança e afirmam ter sido alvos de censura.


Violência Policial em Paraisópolis

A história começou em um fim de semana comum no bairro de Paraisópolis, onde Marcos, Luara, Eduardo e outros seis jovens não imaginavam o que viria acontecer. Neste dia, 1º de dezembro de 2019, o baile funk comumente frequentado por jovens foi palco para uma ação da polícia militar.

 


Segundo a população, chegando ao local, os PM’s agrediram diversas pessoas presentes no evento, deixando 9 mortos e 12 feridos - conforme apurou o inquérito dias depois. Com isso, 31 PM’s foram afastados e para sua defesa alegaram que a versão dos fatos apresentada estaria incorreta. Segundo os policiais, a população havia provocado o ocorrido e dessa forma eles precisaram utilizar balas de borracha, cassetetes e bombas de gás na operação.


Clique aqui para ver as duas versões do caso - ( no final da reportagem )


O caso dos chargistas

A Defenda PM é a Associação de Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da Polícia Militar e atua desde 2016. A organização convidou os cartunistas Laerte, Claudio Mor, Alberto Benett e João Montanaro a explicarem suas charges sobre o ocorrido em Paraisópolis. Para os PM’s, as artes realizadas pelos cartunistas ofendiam a índole dos policiais, causando constrangimento.

Sobre o caso, o posicionamento geral dos cartunistas tece uma crítica ao questionamento realizado pelos PM’s. Para eles, apesar de voltadas à linguagem humorística, as charges não fogem da realidade, são um reflexo delas. Para o chargista Claudio Mor, autor da charge abaixo, os artistas interrogados foram nitidamente alvo de censura.

Quando procurada pela Folha de São Paulo, a Defenda PM não se manifestou sobre o caso.


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