Notas particulares sobre Chico César e seu novo disco O amor é um ato revolucionário.

Eu, particularmente, definiria Chico como um ARTIVISTA e seu novo álbum tá aí pra comprovar isso...
Em O amor é um ato revolucionário, Chico aborda múltiplas questões à sua maneira, com muita poesia e muitos toques de sua identidade.
Cada segundo, cada minuto e cada faixa são lindos! Infelizmente não cabe tudo aqui, mas deixarei notas particulares sobre algumas:

Na primeira, O Amor é um ato revolucionário, Chico diz pouco, mas diz poéticamente, e isso basta. Como o próprio nome já diz, o cantor descreve o amor como algo grande, capaz de muito nesses tempos de polarização e tanto ódio.

CAPA DO DISCO FOTO:JOSÉ DE HOLANDA

Em De peito aberto, Chico canta na companhia de Agnes Nunes. A dupla paraíbana traz em cinco minutos muitas questões que fazem-nos refletir acerca da liberdade feminina e as relações que interferem nisso tudo.
Agnes e Chico, numa sintonia incrível cantam os versos:

É melhor...

Deixa ela vir de peito aberto

Deixe-a decidir o que pra ela é certo

Aceita que dói menos a sua liberdade

Bom é ter por perto o que traz felicidade"

Muito difícil escolher as faixas pra falar, mas numa peneira eu selecionei mais essas duas: O homem sob o cobertor puído e Pedrada. Na primeira, o cantor traz em seus versos, a imagem do típico "cidadão de bem", os traços de sua podridão interior e sua infeliz monotonia. É politicamente poético:

Agora temos Pedrada... Essa faixa me deixou sem palavras, é poesia pura, muito reggae e muita esperança, misturados com um sentimento de revolução e indignação. Em resumo, essa faixa é incrível em todos os níveis:

Fogo nos fascistas

Fogo, Jah"

Não deixem de ouvir as outras faixas, Eu quero quebrar, Like e etc. O artista reflete as inquietações de seu tempo em sua arte, e talvez isso seja um pouco do que é ser artista. Chico é politicamente poético, por isso eu olhei e gritei: ARTISTA! Ou melhor, ARTIVISTA.

Ouçam Chico César... abraço!

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