"QUEM FALA CONFIRMA O PODER DA PALAVRA"

novembro 14, 2019

Os últimos acontecimentos do país dizem muito acerca da imaturidade política presente, entretanto, alertam ainda mais para outra coisa: o comportamento dos indivíduos, que necessitam de imediato, manifestar-se.

A liberdade de expressão é garantida constitucionalmente (artigo 5º, inciso IV), portanto, o objetivo não é refutá-la de modo algum. Mas, levantando algumas observações no mundo cibernético, é possível concluir que uma quantidade gigante de pessoas dissemina informações ou cria as suas próprias, assim que uma novidade política ocorre no cenário nacional. Com isso, vê-se corriqueiramente alguns dados e palavras inapropriadas Facebook afora, alimentando discursos de ódio e impulsionando, outra vez, a polarização.

O sociólogo polonês Zygmunt Bauman trazia em seus estudos, uma sociedade totalmente impactada com o advento da tecnologia, que a tornou meramente imediatista. Com uma ótica voltada ao Brasil polarizado, não é difícil enxergar essa situação: pessoas desesperadas para saber dos últimos fatos, a fim de opinar imediatamente e não ficar de fora das últimas discussões. Será que às vezes não é melhor isentar-se de algum debate ao invés de posicionar-se sem nenhuma base, apenas reproduzindo discursos de outrem? E, essa possibilidade não significa isolar-se das questões políticas, muito pelo contrário, é sobre abrir portas para mais pesquisas.

Apresentar sua lista completa de queixas não relacionadas no meio de uma discussão vai apenas deixar a disputa mais acirrada.
CENERI VIA GETTY IMAGE

“estamos nos afogando em informações e famintos por sabedoria”. – Edward O Winston
Frente às disparidades políticas em atrito, é extremamente importante criar-se uma base de ideias sempre aberta ao questionamento e ao debate, para gerar mudanças e alcançar metas. Mas isso não é possível, sem a racionalidade dos próprios indivíduos que compõem a sociedade. Política também é falar, mas é, principalmente ouvir o outro.


Mais uma vez, não é sobre deixar de se expressar, tornando-se o analfabeto político de Bertolt Bretch, mas sim, sobre aprender consigo e com o outro, porque a palavra sempre carregou um poder imenso e, agora, mais do que nunca não é diferente - afinal, "fala é bandeira de cura, quem fala confirma o poder da palavra", BaianaSystem(GRUPO MUSICAL DE SALVADOR, BAHIA).

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