Dinheiro aos bancos, Desprezo aos pobres - NEOLIBERALISMO, com Francisco Thainan

novembro 11, 2019

Sugestão musical do Blog: Cartão de Visita - Criolo

Outra vez, para dissertar sobre esse momento tão confuso, o Câmara de Ecos traz a participação do Estudante de Economia, Francisco Thainan. Por meio desse artigo de opinião, o estudante pretende fincar alguns aspectos acerca do Neoliberalismo e de como o sistema vem sido amplamente problemático quando posto em prática. Segue o fio:

As manifestações chilenas e equatorianas e os resultados eleitorais de países como Argentina, Uruguai e Colômbia são sem dúvida alguma, motivos de euforia para os segmentos da esquerda-do-centro no Brasil e ao redor do Mundo. Não consegui quantificar ao certo, o tanto de vezes que li textos no seguinte sentido: “É a crise neoliberal”, “O Neoliberalismo que estamos adotando agora no Brasil, já deu errado no Chile” e “Os Latinos mostram que estão cansados com a agenda de Estado Mínimo”. Isso me gerou algum incômodo, pois ou as pessoas estão desesperadas por Biscoito (gíria para curtidas em redes sociais) ou têm uma visão míope sobre o que realmente é a corrente neoliberal.

Antes de começar a discorrer sobre, gostaria de policiar o leitor que o instrumental utilizado é de interpretação à esquerda do centro, sobretudo, europeia e americana.
Quando pesquisamos no Google o significado de Neoliberalismo, o resultado é: “doutrina, desenvolvida a partir da década de 1970, que defende a absoluta liberdade de mercado e uma restrição à intervenção estatal sobre a economia, só devendo esta ocorrer em setores imprescindíveis e ainda assim num grau mínimo.” – e, é realmente esse, o discurso que o próprio neoliberalismo quer que seja propagado. Ora, a corrente econômica prática não é essa. Para fins didáticos, vamos explicitar o conceito em duas partes:

A corrente neoliberal prega um Estado Mínimo em segmento, onde não existe Estado (Perae Francisco, o Estado brasileiro não é inchado demais?). Ela vai pregar um Estado mínimo no SUS, onde o financiamento é pífio e as pessoas se quer têm saneamento básico; vai realizar um discurso falando que devemos congelar gastos, no que tange a previdência social (principal mecanismo de distribuição de renda dos países, inclusive o Brasil), pois gastamos demais com isso; inchará o peito, alegando que precisamos privatizar mercados e, na hora de execução de vendas, fixaremos um valor menor que o último lucro registrado pela empresa em questão (processo iniciado no Brasil na década de 1990).

Todavia, a mesma corrente, jamais colocará na mídia, o debate sobre socorro do Estado às empresas enormes (processo conhecido como socialização de prejuízos), como ocorreu em 2008 nos EUA. As correntes ditas “NOVAS”, jamais colocaram o problema do financiamento do Estado Brasileiro - Você sabia que a taxa de juros no Brasil é de 5,5%, mas o dinheiro é emprestado a 14? Isso porque o comprador de tesouro direto pode escolher se quer o juro futuro ou a taxa de juros atual (Único país a fazer isso).

Então, não tenhamos uma visão míope de que neoliberalismo é pura e simplesmente menos estado, quando na realidade o melhor discurso que define essa corrente é: “O Estado é grande demais na favela, pequeno demais para os interesses financeiros” ou ainda “Eles têm dinheiro para salvar bancos, mas não têm para financiar projetos que visem acabar com a fome”, afinal, pessoas pobres não são tão rentáveis...

CHARGE PINTEREST
Por: Francisco Thainan


E você? O que acha do sistema econômico brasileiro? Até quando ficaremos nesse espiral infinito "onde o rico cada vez fica mais rico, e o pobre cada vez fica mais pobre, e o motivo todo mundo já conhece"...

Sugestão musical do Blog: Cartão de Visita - Criolo

  • Share:

You Might Also Like

0 comentários