Você nasce e aprende que um mais um são dois; vai crescendo e aprende que cem dividido por dois dão cinquenta; e então aprende que se deve saber muito mais pra ser o “alguém” que muitos dizem que você deve ser. Termina o Ensino Médio e mal sabe qual a sua cor favorita, e vive mudando de música predileta o tempo inteiro também. Mas até que a parte de não saber absolutamente de tudo o tempo inteiro, fique entre você e você, é menos mal. O problema é vestir a capa de certezas incertas pra mostrar que tá tudo bem o tempo inteiro.
É muito íntimo o processo que cada um passa nesse momento; é crise existencial atrás de crise existencial, é ansiedade e noites sem dormir direito. São os efeitos de uma sociedade que preza pela importância que cada um pode estabelecer dentro dela; somos produtos em formação.
Seria muito legal dizer que a gente não se acostuma, mas sabemos que somos obrigados ao molde. Mas o mais caótico de tudo é enxergar no mesmo sistema esses dois pontos: o fomento na construção de pessoas perfeitas e o investimento encoberto de hipocrisia e interesse próprio – o que não se refere aos profissionais da psicologia - em campanhas que visam o bem-estar do cidadão.

O sistema não se importa com o que você é, ele se importa com o que você pode oferecer. É demasiado difícil, mas tente não se limitar. De modo literal, você é plural e muito mais do que um projeto de outrem. - Você é um ser. HUMANO.

*FOTO:Cena do Filme Sociedade dos Poetas Mortos - retirada do Pinterest